11. O Partido
O papel axial do Partido Socialista na vida política portuguesa como partido fundador da Democracia e seu garante pressupõe que a vida interna do Partido não se pode alhear do que se passa na sociedade e deve reflectir os seus anseios. Para isso, a democracia interna é a melhor forma de o conseguir. Propomos:
· Fim da obrigatoriedade das quotas por razões sobejamente conhecidas de todos e já amplamente dissecadas;
· Substituição da quota partidária obrigatória por uma quota voluntária com fins mutualistas, promovendo uma solidariedade activa no Partido.
· Aos órgãos do Partido, a nível nacional, regional e local, é concedida a faculdade de submeter a escrutínio dos cidadãos não filiados as personalidades que o Partido pretende que venham a desempenhar a função de primeiro-ministro, presidente do governo, presidente de câmara ou de junta de freguesia. Essa consulta tem como referência, posto que não como paradigma, o caso dos partidos americanos, Democrata e Republicano, que funcionam com base em eleições primárias. Seria, portanto, necessário encontrar uma fórmula que blindasse os perigos a que, aliás, o sistema de eleição interna actual também é permeável (inscrição maciça de militantes com o propósito de subverter o equilíbrio interno dos partidos políticos) e que contemplasse o objetivo essencial da proposta: que os cidadãos eleitores socialistas tivessem uma palavra a dizer na escolha daqueles que pretendem ver a representar o projeto do partido com o qual politicamente se identificam e que querem que sejam chamados a governar a freguesia, o concelho, a região e o País;
· A criação de think tanks permanentes, presenciais e virtuais, que poderiam ser especialistas em várias áreas - economia, ecologia, ambiente, etc., - que preparassem soluções e propostas compatíveis com a nossa ideologia, para que depois pudessem ser debatidas com os militantes dos diferentes órgãos internos. Estes órgãos internos estão muitas vezes transformados em meros órgãos burocráticas e formais, onde não se promove o debate, que deve ser preferencialmente temático, com carácter aberto, e sem pretensões clubísticas que se limitam, de forma “kitsch”, a propalar que somos os melhores, sem prova nem produção. Ali, deve discutir-se tudo: que economia, que medidas sociais, que política de ambiente, que Europa, que partido, que País, que igualdade, tudo, absolutamente tudo, subordinado, é claro, a um projecto socialista para Portugal. Preferencialmente, a participação nesses think tanks presenciais e virtuais deve implicar a sustentação político-ideológica das questões, utilizando as modernas plataformas colaborativas (wiki) para suportar o debate e apresentar as posições políticas de forma pública. Podem ser utilizadas as estruturas já existentes das secções temáticas e secções virtuais como suporte estatutário para a implementação destes think tanks. Falta ideologia à política, falta política à economia, falta economia às finanças, falta finanças ao mercado e temos a crise financeira, económica, social e política.
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