O Povo da Madeira e do Porto Santo é um povo de brandos costumes mas de fortes convicções contra a injustiça e a prepotência. É um povo que gosta de harmonia mas essa harmonia tem de ser consolidada na harmonia social e no respeito que esse mesmo povo exige e merece.
Por isso mesmo, é um povo que sempre exerceu o direito à indignação quando vê os grandes e os poderosos espezinharem os mais pequenos e humildes.
A 4 de Abril de 1931, deu-se a Revolta da Madeira contra a tirania dos poderosos de lá e de cá que queriam fazer gato de sapato dos seus direitos sociais e humanos.
Que fariam esses nossos antepassados de rija têmpera quando hoje aqueles que mandam na sua terra fazem gato de sapato do povo a quem todo foi prometido a quem tudo está a ser sonegado?
Que fariam os nossos antepassados que fizeram a revolta da Madeira quando a Autonomia pela qual se bateram os nossos avós é usada para calcar a Liberdade, para subverter a Democracia, para espezinhar os direitos sociais dos madeirenses?
Que fariam os revoltosos de 1931 quando os que mandam na sua terra usam os dinheiros públicos não para ajudar a economia, as famílias madeirenses e os mais pobres mas para alimentar obras megalómanas, empresas falidas, e toda uma corte de serventuários do regime instalados em todos os organismos e instituições cujo maior objectivo é perpetuar um regime parasitário da democracia e da autonomia?
Não temos dúvidas nenhumas: os revoltosos de 1931, que se revoltaram contra o regime salazarista a dar então os primeiros passos não deixariam de se indignar justamente contra este regime laranja que vai a caminho de quase quatros longas décadas e que se encontra em estado de completo desnorte, sem rumo e sem objectivo a não ser o de se manter a si próprio.
Não temos dúvidas nenhumas que os homens e mulheres que deram corpo à revolta de 1931 não hesitariam em seguir o exemplo dos povos que aqui por perto na geografia da Terra e na analogia dos acontecimentos históricos estão a deitar abaixo os regimes longos e autoritários que os sufocam e os oprimem.
Ora os madeirenses não são de deixar as coisas pela metade. Não querem meia liberdade, meia autonomia, meia democracia. Os cidadãos da Madeira e do Porto Santo querem inteira Liberdade e Autonomia e Democracia plenas e total cidadania.
É chegado ao momento de seguirmos o exemplo dos nossos antepassados. Não estamos condenados a dizermos baixo aquilo que pensamos.
Não aceitamos que nos obriguem a exercer a Democracia em liberdade condicional.
A Liberdade não conhece limites a não ser os livremente aceites numa sociedade democrática. Chega de nos imporem fronteiras ao livre pensamento, de colocarem barreiras ao exercício da liberdade de expressão.
Chega de sermos cidadãos de segunda no nosso próprio país e na terra que primeiro teve o seu Abril.
A todos os cidadãos destas ilhas convido de novo a uma nova revolta: A revolta da Madeira democrática contra o poder do partido único que nos governa há quatro décadas quase contadas.
Em eleições que queremos que sejam livres e iguais para todos, os madeirenses devem exercer o seu direito a correr com os novos senhores que tratam a Madeira como se fosse uma coutada sua.
Viva a Liberdade de Abril: O Abril de 1931 e o de 1974 mas também o de Abril de 2011!
Glória eterna à memória dos heróis da Revolta da Madeira!
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