Os professores querem uma avaliação justa, ponderada e propiciadora de melhor ensino. A implementação do actual processo de avaliação, no País e na Madeira, nem sempre seguiu os melhores trâmites. Ela é susceptível de ser melhorada com a participação activa de todos.
Mas uma coisa é um processo de avaliação feito com os professores e a sua cooperação, outra coisa é um professor ser avaliado por entidades estranhas à Escola, que não conhecem o meio escolar. Ora é precisamente isso que Passos Coelho defende. Segundo o PSD, os professores devem ser avaliados por agentes exteriores e estranhos ao meio escolar, por pessoas que não conhecem o trabalho de um determinado professor que vai para além da sala de aula e contribui para o sucesso dos alunos.
Essa proposta pode ser melhor entendida quando enquadrada no projecto mais vasto de destruição do Estado Social, particularmente, neste caso do ensino público. Outra proposta do PSD ajuda a compreender como essa avaliação se fará. O PSD quer impor a relação de 5 para 1 na Função Pública, em que saem 5 funcionários e entram 1. Ora, imagine-se que na repartição de Finanças de Bragança se reformam 5 funcionários. Como é que se faz a substituição? Sabem caros colegas qual é a solução? Catroga dá a resposta: se falta um funcionário de Finanças em Bragança pois que vá um professor de Setúbal para substituí-lo. Portanto, a regra do PSD é a da mobilidade total, geográfica e de funções. Quanto à vida familiar desse professor ou professora e respectivo cônjuge e os filhos pouco importa.
Portanto, no dia 5 de Junho é isto que está em causa: quem votar na direita está a votar na degradação da Escola e da Saúde Pública; está a votar na destruição da Segurança Social Pública. E é com este programa que o CDS/PP quer ser governo e quer impor aquilo a que o CDS/PP chama rescisões amigáveis, mas impostas sob coacção: ou aceitas ou fazemos-te a vida negra! A hora é de decidir. Não podemos votar contra nós.
Artigo de opinião publicado no DN, 22.05.2011
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